poema do dia triste



Tecido roto
áspero, quase
mas bordado, por capricho
- borboletas
- joaninhas
- sorvetes de baunilha

vida vivida 'inda por capricho

pés andam andam andam
pisam os espaços em falta
no assoalho
limpo, por capricho

rudeza dos dedos vigiando macios
apontam, festejam, borboletas
afagos

Esperança nas bainhas
- fiapos feitos sonhos
nos rasgos da camisa,
as farpas do tempo,
histórias de heróis,
de sorvetes
de balas de caramelo.

- o riso vem, no olho, apenas por capricho

Passos curtos que não pesam
marcham

Pestanas curvando
pesam - da pílula
xarope
bulas
aspirinas

mas os olhos vivos aspiram,
do dia roto
- áspero quase
no sorriso tímido na vértebra curva
as borboletas, todas.
e as joaninhas
o cheiro de baunilha.

Comentários

  1. Realmente a profundida e o romantismo do poema estão alem da percepção do simples ser humano.
    Talvez o dedinho seja culpado!!

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