trecho de história

      (...) Nossa heroína agora pensativa olhando seu sapato cor de canela. Seu quarto todo era cor de canela, porque tudo nela era um pouco só. Nada era rosa nada era vermelho nada desbotava, sequer.
            Ela olhava e reolhava sua canela fina... que desenho pouco caprichoso. Fizeram-na sem esquadros, sem compassos. Andar, feito boneca de dar corda. Ia. Ia. Saber pra onde?
            Às sete acordava. Mas jamais se levantava de imediato. Primeiro pensava, sofria um pouquinho o começo do dia, porque era um dia e à noite é que ela sonhava.
            Sonhava festas de vestidos e sapatos novos. Sonhava jardins de violetas que cuidava, e com dias na praia. E então suas canelas nem eram tão finas, e seus olhos eram firmes e seus pés tinham cócegas esfregando na areia.
           Aí, o despertador.
           Ai, um dia.
           Um dia acorda viva, esta flor. (...)

Comentários

Postagens mais visitadas