Vinha

O vinho andou
ouvindo
conversas alheias

sugando
   sumos de olhares
   de brio
   de cio
ou desterrado ócio

às noites os gatos, pardos
a espera de aurora arde
   Virá?
os amigos, mais um gole
os inimigos, outro golpe

Velhos amigos brindam
cada qual seus remorsos 
   reclusos
serve a tanto a rolha

Velhos inimigos salvos
  velhos remorsos
brindam
- o vinho em ponte etérea
   - etílica?
   - retórica?
une absurdos
   e abstratos
   substratos - brindam, armas postas mansas

Aurora, boêmia, boreal,

Virás?...

Comentários

  1. uma belíssima contribuição à poética, à estética e às boas novas da poesia.

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  2. Dani, você está demais...parabéns, querida! É muito bom vir aqui experimentar o gosto "itenso" de suas letras.

    Bjs

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  3. Um poema inspirado, repleto de arte que vira poesia! Parabéns e sucesso!

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