Às vezes me conheço bem. – Poucas.
Quase sempre, quem  me sabe é o vinho lento desbotando o rosto. Os pés trocados no caminho de volta pra onde nem sempre é casa. – abrigo.
Amigos tenho, uns poucos. Trocados, quase nenhum.
Quando me entendo, eu me assusto ou me disperso. Me apresso a me fugir pela pele. Sequer me reconheço. Meus olhos grandes pouco me conhecem. Eu nem sei a cor dos meus olhos.
Quem me sabe é o que gosto sempre. Meu gosto não se discute. Me agarra até os ossos – não sei deixar de amar.
Medos, tenho. Mais que amigos e trocados. E meus medos me sabem bem, quando apertam minha garganta. Também meus dedos me conhecem, olhando pela garganta, apressando o lixo.
Eu não minto, nem pressinto. Eu não me prevejo. Uma ou outra vez eu me cumpro. Quase sempre, mesmo, eu danço. Às vezes caio, as vezes levanto. Outras, nem tanto.

Quase sempre quem me sabe  é o que cuspo.

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