verso no calor da noite



Eu quero escrever
o poema da minha vida
esta noite

Quero morder teu seio
Quero quebrar três copos
Quero partir para outro estado
da federação
Quero rasgar
meu primeiro poema
e não,
jamais,
ter me tornado poeta

Ser apenas um rapaz
latinoamericano
e tomar um café

Foda-se o lirismo
Foda-se este
velho
inútil
contrabando de estrelas.

Comentários

  1. muito bom Dani!
    desejos! há que se entendê-los para não mais tê-los.
    e no mais, eles nos demonstraram aqui sua bagagem de leitura...

    abraço

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  2. A vida é um segredo e a poesia é uma das tentativas de desvendá-lo. Na poesia todo sonho tem corpo e sangra se o mistério ganha, falsamente, um nome. Esse espaço onde podemos organizar a vida interior, a poesia, pode, não responder, mas incendiar a Pergunta irrespondível. "Qualquer resposta seria um erro."
    (Herberto Helder). No fim sempre contrabandearemos estrelas, pedras mágicas, sonhos de papel, flores virgens, águas inaugurais e, sobretudo, rostos desejantes....
    Dani, você faz das palavras o que elas nunca podem ser: o sentido absoluto.

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