para uma trilogia de X
X tem suas
coisas separadas por cores. As roupas de usar nos dias frios, as roupas de usar
nas alegrias. As tarefas vermelhas urgentes, os verdes assuntos pendentes.
X se
organiza em um sem número de números disciplinantes – dez coisas a fazer antes das dez, cinco normas para entrada e
saída, além das formalidades a preencher, contagens de votos a debater, regras
de bom comportamento, anotar o último pensamento, fugitivo.
X se inscreve em notas para existir mais contundente.
Notas de afazeres listas de prazeres – sentar na praça,
abrir o livro, perder-se a olhar o passarinho ou a gente.
Então X se
apaixona fácil e esquece algumas regras e calça os sapatos em outra ordem e
pisa na grama descalça.
E dança atrás da porta do quarto ou tem coragem de olhar pro céu.
Até ficar
emocionada demais e escolher as cores de usar sozinha pra sair na
rua na chuva de sombrinha olhando assustada as poças como se fosse uma senhorinha
de papel.
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