prosinha da insônia

eu medi todas as palavras. a maioria ficou guardada entre os vincos do piso, subterrâneas. 
ou silenciosas apressadas no pouso da pele tua, rouca, na minha, surda e calada.
o tanto de amor é que é sem portas e vai mundo afora, mudo, doído, e doido.
eu escondo todos os convites. esses eu faço com meus verdes. eu pisco e indeciso. 
resolvo falar o que não digo. e digo o que consigo, no meio de tanto perder os ares.
tudo enche minhas mãos eu vou sempre depressa e de bagagens. 
onde páro é visita e sombra. aragens.
repouso. feito assim tua cabeça em ondas deitada no meu ombro.

eu medi as palavras, menos as distâncias.
que medo este que não é de ir longe, é de dizer o mundo e entorna-lo todo.

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