azul

porque eu,
peças perdidas que por dentro derramam, coisas desfeitas feitas de outros modos, remendos em mim abrindo espaços e cacos,
sou imperfeita e sem sentido sabendo, de cor, os medos de tudo

e você,
trechos de poema, olhos que esbarram em mim, desencontrados, nas faltas do que não sou, não vi, não provei,
fere meus vazios usando sorrisos de sol, com nuvens esparsas

somos nós dois um corpo em choque
e isso me confunde, me aterroriza e me desconcerta
como um naufrágio no meio de um oceano em que vejo, sem cor, os azuis de tudo.

Comentários

  1. Olá filha, papai esteve aqui curtindo suas maravilhosas criações com as letras.

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