Gente

Do mundamente falando pouco sei. Experiências mais de saber ver, que de viver.
Meu vocabulário é dos fins de tarde. De quando o céu tem multicores pinço melhores palavras.
E me entristeço, habitual, às vezes até sei que é alegria de disfarce.
Entendo pouco de gentes. Sei dizer a elas versos bonitos e, por isso, às vezes, me respeitam e até me aplaudem, essas gentilezas.
Mas quando morro de noitinha em meu quarto estou sempre sozinha.
Acho que todos estamos.
O mundo é uma coisa gigante, mas as pessoas são ainda mais tantas. Outra língua, outro jeito de fabricar pensamentos.
Eu, fico boba de tanta formosidade. Gente é coisa de deus, que nem existe. Formosura mais ainda. Gente, sim, existe, eu creio. Miudezas tantas. Deus é um retrato gasto na parede descascada ao lado do calendário de um ano passado.
Gente é sangue correndo vio-lenta-mente...
Singrando corpos.
Eu desconfio, mas outro dia eu amo. Gente, essa graça.
Mundo, calores e som.
Eu, que as amo, apenas. Retrato gasto em parede descascada.

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