17/02
nômade, conheço a multidão que só se despede. sinto que
deixo pra trás pedaços de mim mesmo, certos ou errados, dados. a próxima
geografia é a esperança, medrosa. mas é esperança, e a multidão deixa escrito
nas minhas rugas que ela não falte.
ela falta, sempre, quando entardece e olho
sozinha as paredes rabiscadas do quarto.
são de outros as histórias que conto,
vontades de me enriquecer ilicitamente de lembranças. eu as roubo. teço dos
dias meus desesperos brandos, minhas tranquilidades vândalas. terço, conto nos dedos, como se deus tivesse esquecido de informar-me que tenho medo.
nômade, conheço as pequenas e grandes feridas das
longitudes. deixo para trás beijos que não dei, amores que amei.
eu os amo a todos. a multidão,
que não se recorda nem mais de meus poemas. deixo-os pra trás, certos ou errados.
dados.
Adorei!
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