corrente


Tenho em mim um rio imenso, ao inverso, que transborda em tempo de seca. Me afoga, me leva com a falta de temporais. Tenho em mim um riso que não rio com medo das boas notícias boas demais. Tenho em mim essa necessidade de gente. De ocupar pouco espaço e de ser plenamente ocupada. Tenho em mim essas portas que gemem quando não há vento. Que batem me assustando fingindo fantasmas. Tenho em mim essa necessidade de vida. Não essa vida que se banaliza mas a outra, a que eu desenhei nos meus cadernos de infância – eu ainda acredito mais em mim quando criança.

Tenho em mim um rio imenso inverso contra ele eu luto solenemente como se minha sina fosse. E se não fosse, assim eu a escreveria.
Meu rio, minha correnteza, minha correria....

Comentários

  1. Lindo, lindo, lindo, lindo: adorei a imagem do rio ao avesso. Massa demais, abraços Dani!

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