pequenices
sorrio das
coisas abstratas. daquelas coisas imensas como a cançãozinha entoada em voz de
avó
- boi boi
boi boi da cara preta pega a heloísa que tem medo de careta...
...no entardecer
de um dia desses da vida esses em que a gente tem vontades de sentir esperança.
como buracos
no telhado que me deixam a percepção dos últimos olhares mornos do dia.
como flores
lilases nascendo insensatas no meio do muro.
como minha
mãe engenhando brinquedos com caixas de remédios.
a fritar batata-doce.
a me dizer para ter vaidades.
a por fitas nos meus cabelos –
rendadas.
como um
surdo-mudo roçando sentidamente seu peito para significar saudade.
(...cá
estou eu roçando meu próprio peito por saudades de tantos de vós...)
hoje vi
beleza na rua... me faço alegre.
sofro dessas
imensidades...
as mesmas
que me trazem paz.
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