a mar elo
me neva por dentro. me equilibro entre cobertores e fecho as janelas escondendo de mim o céu sem cor porque eu feia que sou preciso do meu olho colorido. chove há muitos dias. em mim. nunca mais fez sol.
me névoa
por dentro. opaca essa cadência rotineira dos dias sem saber das coisas, das
notícias. sem saber se você fica ainda que tão longe esperando notícia minha. longe
eu mesma de tudo a meu redor. talvez eu tenha aprendido uma outra língua e não
me lembre mais da antiga. não sei se soube dizer qualquer língua um dia.
me leva por
dentro. essa vontade de sol e de barulhos de carros de trânsitos. de ondas do
mar. de músicas alegres. de novidades que me contem. de conversas no fim de
tarde em que nos encontramos aquecidos. essa vontade terna de gente que ainda
que me afaste de tudo eu tenho eterna, vontade de beleza que não encontro.
mais. onde os amarelos do céu, onde saber meu espaço, onde encontrar meu tom...
um cheiro
morno de café uma previsão de calma, cidreiras. crer que em algum lugar, sim,
ainda existe (a)mar.
me levam.
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