Saldos
Sou pobre na cidade. Alugando o corpo por memórias desmentindo histórias pra não ter medo, penhorando acesa a noite tentando pensar uma canção.
Quatro
paredes nem uma janela nem vento nem cor do céu, acordando nuvem vaga na neblina de
madrugadas assaltadas - sobressaltada.
Saldando dívidas, mordendo beijos, medindo medos enquanto
vagamente morro de poucos segredos.
De ganhar
pão de perder chão, o que não quero é sair ilesa.
Somo no
canto da mesa o que guardo num canto - pouco pra
pagar barato a cama, tanto pra provar um pouco doce, muito pra ser
caro o coração.
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