lança-chamas
Queria
dançar há 20 anos dá voltas ao redor de si.
Areia de
praia encrustada nas unhas nos sonhos de menina. Tanta coisa... Não viu.
Decidiu
andar sozinha mas sabia pouco. Segue repetindo o caos mas também manda dizer
abraços outra vez ou se esconde caramujo ou algo assim assustado.
Não pinta
mais as unhas. Não usa mais cintas. Não perdoa mais com tanta facilidade.
Organiza os
sonhozinhos em categorias para não perder-se.
Anda por aí
como se fosse uma senhorinha digna ou uma adolescente que quer embebedar-se (Não
se decidiu, somos muitas).
Quer dançar
e sonha-se rodopiando. Há 3 anos sorriu sozinha no quarto e deu-se alguns pulos,
olhou-se no espelho depois se escondeu.
E tem sido para
sempre.
Conta nos
dedos o tempo em que está ferida recuperando-se (estou tentando fazer uma cura
em que nós dois fiquemos felizes embora quase nunca haja paz nossa vida é por
dentro perfeita).
Segura um
copo, uma flor murcha, talvez uma arma apontada pro alto.
Lança-se
dois lances de escada. Chora na bancada de um bar – ninguém.
São tantas
as dorezinhas em cada lado das coisas. Acha que está de saco cheio, mas ama
demais as pessoas odeia demais as pessoas as pessoas as pessoas...
é preciso
por no peito um para-lamas, óculos de segurança.
Preciso, no
peito,
um
lança-chamas.
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