quartas de cinzas



as tardes chovem nas horas. esse ano não fomos nunca à praia. o mundo atira tempos e espaços pelos ares.
no colchão, por ora, deitamos abraçados nos encontrando.

depois, eu ainda gostaria de ver o mar...
(e de lavar meus cabelos no mar)
daquela vez, em Iemanjá, eu me guiava nas ruas pelo teu corpo dançando.
na ponte feita de nossos braços, nós das mãos dadas, meu coração tatuado no pulso.

uma sede me dói de ver coisas e vestir uma saia rodada uma flor nos cabelos pular um último carnaval sustentada à sua mão para não me perder na multidão
(enquanto você me avisa como caminhar sem ver o chão)

dançar no meio da rua rodopiar como uma coisa colorida que foge ventando.
- nos ganhar na multidão.
(mas tudo foge ventando a cada chuva).

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